REFORÇANDO INFORMAÇÕES SOBRE A “VARÍOLA DOS MACACOS”

A varíola dos macacos, conhecida em inglês como "monkeypox," é uma doença viral zoonótica que tem atraído crescente atenção global devido ao seu potencial de disseminação e impacto na saúde pública. Originária de regiões africanas, a varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez em macacos no início dos anos 1950, mas desde então, tem sido relatada em uma variedade de animais e humanos. 

O vírus da varíola dos macacos pertence à família *Poxviridae* e ao gênero *Orthopoxvirus*. É um vírus de DNA de cadeia dupla que pode causar uma doença com sintomas semelhantes aos da varíola, mas geralmente mais leve. Os principais reservatórios conhecidos são roedores e primatas não humanos, que podem transmitir o vírus para os humanos por meio de contato direto com fluidos corporais, secreções ou tecidos de animais infectados. A varíola dos macacos é caracterizada por uma série de sintomas que se manifestam em duas fases principais. A fase inicial inclui febre, dores de cabeça, dores musculares e exaustão, seguidas por uma erupção cutânea. Esta erupção passa por diferentes estágios, desde manchas vermelhas até pápulas e pústulas, antes de eventualmente formar crostas e cicatrizar. 

O diagnóstico é confirmado por métodos laboratoriais, incluindo a reação em cadeia da polimerase (PCR), que detecta o DNA do vírus. Testes sorológicos também podem ser utilizados para identificar a presença de anticorpos específicos. A transmissão do vírus ocorre principalmente através do contato direto com lesões ou fluidos corporais de indivíduos ou animais infectados. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por via respiratória, especialmente em ambientes com alta carga viral. 

Medidas de prevenção incluem evitar contato com animais que possam estar infectados e seguir práticas de higiene rigorosas, como o uso de equipamentos de proteção individual. A vacinação, embora não esteja amplamente disponível para a varíola dos macacos, pode ser uma estratégia eficaz em situações de surto, especialmente para trabalhadores da saúde e pessoas em risco elevado.  Embora historicamente a varíola dos macacos tenha sido restrita a áreas endêmicas da África Central e Ocidental, surtos esporádicos em outros países têm sido reportados. Em 2022, houve um aumento significativo no número de casos fora da África, resultando em uma resposta global coordenada para controlar a propagação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências de saúde pública têm monitorado de perto a situação e fornecido diretrizes para mitigar a disseminação.

Desde o início de 2024, o Brasil tem registrado um aumento dos casos de varíola dos macacos em diversas regiões, com uma concentração maior em áreas urbanas e capitais. As autoridades de saúde monitoram de perto os surtos, que, em muitos casos, estão associados a infecções secundárias e a transmissão em ambientes comunitários.

A varíola dos macacos representa um desafio contínuo para a saúde pública global. Embora o risco de uma pandemia em larga escala seja baixo, a vigilância contínua e a preparação são essenciais para gerenciar surtos e minimizar seu impacto. Com a colaboração internacional e a implementação eficaz de medidas de prevenção e controle, é possível mitigar os riscos associados a esta doença e proteger a saúde das populações afetadas. 

Ainda assim, a varíola dos macacos continua sendo uma preocupação de saúde pública no Brasil. A resposta coordenada entre autoridades de saúde, profissionais e comunidade é essencial para controlar os surtos e mitigar o impacto da doença. A vigilância contínua, a educação e a colaboração internacional serão fundamentais para enfrentar os desafios associados à varíola dos macacos e proteger a saúde da população.

Por, Cristiano Trindade


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