ALERTA: A NECESSIDADE DE UM OLHAR DIFERENCIADO PARA EVITAR A DEPRESSÃO NOS UNIVERSITÁRIOS DOS CURSOS DA SAÚDE


A depressão entre universitários na área da saúde é um problema crescente que pode ter um impacto significativo tanto na vida acadêmica quanto na futura prática profissional. Vários fatores contribuem para esse quadro, incluindo a carga intensa de estudos, as altas expectativas pessoais e profissionais, e a pressão para se destacar em um campo altamente competitivo. A natureza do curso na área da saúde frequentemente envolve longas horas de estudo, estágios exigentes e situações de alta pressão que podem levar a níveis elevados de estresse. A pressão para manter um desempenho acadêmico excelente e a ansiedade em relação ao futuro profissional são fatores adicionais que podem exacerbar a depressão. Além disso, a empatia constante exigida pelo trabalho com pacientes pode ser emocionalmente desgastante, especialmente sem o suporte adequado. Os sintomas de depressão em universitários da área da saúde podem variar, mas frequentemente incluem sentimentos persistentes de tristeza, falta de motivação, dificuldade de concentração, distúrbios do sono e alterações no apetite. É crucial que esses sintomas sejam reconhecidos e tratados, uma vez que a saúde mental do estudante pode impactar negativamente seu desempenho acadêmico e a qualidade do cuidado que oferecerá aos pacientes no futuro. Para enfrentar esse problema, é essencial que as instituições de ensino superior promovam um ambiente de suporte e ofereçam recursos adequados para a saúde mental, como serviços de aconselhamento, grupos de apoio e programas de gerenciamento de estresse. A promoção de um equilíbrio saudável entre vida acadêmica e pessoal também é fundamental. Além disso, fomentar a conscientização sobre saúde mental e reduzir o estigma associado pode encorajar os estudantes a buscar ajuda quando necessário.

Acredita-se que a  insegurança possa ser um fator prejudicial ao desenvolvimento acadêmico dos universitários da saúde por se manifestar de diversas formas, impactando negativamente seu desempenho e progresso. A insegurança pode levar a uma série de efeitos adversos, como dificuldade em se concentrar, procrastinação, e a sensação de incapacidade frente a tarefas acadêmicas e práticas. Esses fatores podem resultar em um ciclo vicioso de baixa autoestima e desmotivação, prejudicando a capacidade do estudante de alcançar seu potencial máximo. Além disso, a insegurança pode afetar a qualidade da interação com colegas e professores, prejudicando a colaboração e o aprendizado. Em contextos clínicos e práticos, essa insegurança pode interferir na capacidade do estudante de oferecer cuidados de qualidade, impactando não apenas seu próprio desenvolvimento, mas também a experiência dos pacientes. Portanto, é crucial que instituições acadêmicas na área da saúde ofereçam apoio psicológico, promovam a construção de uma autoimagem positiva e incentivem estratégias de enfrentamento eficazes para lidar com a insegurança. Isso não só ajudará os estudantes a superarem desafios acadêmicos, mas também a se prepararem melhor para suas futuras carreiras profissionais.

Um artigo de 2019 alerta que os transtornos psiquiátricos têm alta morbidade entre estudantes universitários da área da saúde, com depressão e ansiedade sendo os mais comuns. Foi analisado os diferentes níveis de depressão nos cursos de saúde, correlacionando-os com gênero e idade. A pesquisa, de natureza quali-quantitativa, foi realizada com acadêmicos de medicina, enfermagem e odontologia usando o Inventário de Depressão de Beck (BDI). A amostra incluiu 383 estudantes: 44 em medicina (11,62%), 94 em odontologia (24,50%) e 245 em enfermagem (63,87%). Dentre eles, 273 (71,3%) eram mulheres e 110 (28,7%) homens, com idades entre 26 e 33 anos. Não houve associação significativa entre depressão e gênero. A depressão grave foi identificada em 5,40% dos estudantes de odontologia, 8,60% dos de enfermagem e depressão moderada a grave em 3,60% dos de medicina. O BDI indicou que os sintomas depressivos entre estudantes da área da saúde são superiores aos observados em outras populações da mesma faixa etária. Diante disso, é crucial desenvolver políticas de saúde mental, oferecendo suporte emocional, reestruturando a grade curricular e implementando atividades psicológicas e grupos de assistência para prevenir transtornos psiquiátricos entre futuros profissionais da saúde.

Por, Cristiano Trindade.

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